As
frases e ditados populares atravessam os séculos em diversas culturas. No
Brasil não seria diferente. A questão é que muitas vezes essas expressões são
um pouco estranhas e sem sentido, concorda? Mas depois de conferir esta pequena
lista de curiosidades você vai entender melhor sobre a origem e os objetivos de
cada uma delas:
01.
JURAR DE PÉS JUNTOS
A
expressão surgiu através das torturas executadas pela Santa Inquisição, nas
quais o acusado de heresias tinha as mãos e os pés amarrados (juntos) e era
torturado pra dizer nada além da verdade. Até hoje o termo é usado pra
expressar a veracidade de algo que uma pessoa diz.
02.
MOTORISTA BARBEIRO
No
século XIX, os barbeiros faziam não somente os serviços de corte de cabelo e
barba, mas também, tiravam dentes, cortavam calos, etc., e por não serem
profissionais, seus serviços mal feitos geravam marcas. A partir daí, desde o
século XV, todo serviço mal feito era atribuído ao barbeiro, pela expressão
“coisa de barbeiro”. Esse termo veio de Portugal, contudo a associação de “motorista barbeiro”, ou seja, um mau
motorista, é tipicamente brasileira.
03.
TIRAR O CAVALO DA CHUVA
No
século XIX, quando uma visita iria ser breve, ela deixava o cavalo ao relento
em frente à casa do anfitrião e se fosse demorar, colocava o cavalo nos fundos
da casa, em um lugar protegido da chuva e do sol. Contudo, o convidado só
poderia pôr o animal protegido da chuva se o anfitrião percebesse que a visita
estava boa e dissesse: “pode tirar o cavalo da chuva”. Depois disso, a
expressão passou a significar a desistência de alguma coisa.
04.
À BEÇA
O
mesmo que abundantemente, com fartura, de maneira copiosa. A origem do dito é
atribuída às qualidades de argumentador do alagoano Gumercindo Bessa, advogado
dos acreanos, que não queriam que o Território do Acre fosse incorporado ao
Estado do Amazonas.
05.
DAR COM OS BURROS N’ÁGUA
A
expressão surgiu no período do Brasil colonial, onde tropeiros que escoavam a
produção de ouro, cacau e café, precisavam ir da região Sul à Sudeste sobre
burros e mulas. O fato era que muitas vezes esses burros, devido à falta de
estradas adequadas, passavam por caminhos muito difíceis e regiões alagadas,
onde os burros morriam afogados. Daí em diante o termo passou a ser usado pra
se referir a alguém que faz um grande esforço pra conseguir algum feito e não
consegue ter sucesso naquilo.
06,
GUARDAR A SETE CHAVES
No
século XIII, os reis de Portugal adotavam um sistema de arquivamento de jóias e
documentos importantes da corte através de um baú que possuía quatro
fechaduras, sendo que cada chave era distribuída a um alto funcionário do
reino. Portanto eram apenas quatro chaves. O número sete passou a ser utilizado
devido ao valor místico atribuído a ele, desde a época das religiões
primitivas. A partir daí começou-se a utilizar o termo “guardar a sete chaves”
pra designar algo muito bem guardado.
07.
“OK” (okay)
A
expressão inglesa mundialmente conhecida para expressar algo que está tudo bem,
teve sua origem na Guerra da Secessão, no EUA. Durante a guerra, quando os
soldados voltavam para as bases sem nenhuma morte entre a tropa, escreviam numa
placa “0 killed” (nenhum morto), expressando sua grande satisfação, daí surgiu
a versão mais curta – “OK”.
08.
ONDE JUDAS PERDEU AS BOTAS
Existe
uma história não comprovada, de que após trair Jesus, Judas enforcou-se em uma
árvore sem nada nos pés, já que havia posto o dinheiro que ganhou por entregar
Jesus dentro de suas botas. Quando os soldados viram que Judas estava sem as
botas, saíram em busca delas e do dinheiro da traição. Nunca ninguém ficou
sabendo se acharam as botas de Judas. A partir daí surgiu à expressão, usada
pra designar um lugar distante, desconhecido e inacessível.
09.
PENSANDO NA MORTE DA BEZERRA
A
história mais aceitável para explicar a origem do termo é proveniente das
tradições hebraicas, onde os bezerros eram sacrificados para Deus como forma de
redenção de pecados. Um filho do rei Absalão tinha grande apego a uma bezerra
que foi sacrificada. Assim, após o animal morrer, ele ficou se lamentando e
pensando na morte da bezerra.
10.
PARA INGLÊS VER
A
expressão surgiu por volta de 1830, quando a Inglaterra exigiu que o Brasil
aprovasse leis que impedissem o tráfico de escravos. No entanto, todos sabiam
que essas leis não seriam cumpridas, assim, essas leis eram criadas apenas “pra
inglês ver”. Daí surgiu o termo.
11.
RASGAR SEDA
A
expressão que é utilizada quando alguém elogia grandemente outra pessoa, surgiu
através da peça de teatro do teatrólogo Luís Carlos Martins Pena. Na peça, um
vendedor de tecidos usa o pretexto de sua profissão pra cortejar uma moça e
começa a elogiar exageradamente sua beleza, até que a moça percebe a intenção
do rapaz e diz: “Não rasgue a seda, que se esfiapa”.
12.
O PIOR CEGO É O QUE NÃO QUER VER
Em
1647, em Nimes, na França, na universidade local, o doutor Vicent de Paul
D`Argent fez o primeiro transplante de córnea em um aldeão de nome Angel. Foi
um sucesso da medicina da época, menos pra Angel, que assim que passou a
enxergar ficou horrorizado com o mundo que via. Disse que o mundo que ele
imaginava era muito melhor. Pediu ao cirurgião que arrancasse seus olhos. O
caso foi acabar no tribunal de Paris e no Vaticano. Angel ganhou a causa e
entrou pra história como o cego que não quis ver.
13.
ANDA À TOA
Toa
é a corda com que uma embarcação reboca a outra. Um navio que está à toa é o
que não tem leme nem rumo, indo pra onde o navio que o reboca determinar.
14.
QUEM NÃO TEM CÃO, CAÇA COM GATO
Na
verdade, a expressão, com o passar dos anos, se adulterou. Inicialmente se
dizia quem não tem cão caça como gato, ou seja, se esgueirando, astutamente,
traiçoeiramente, como fazem os gatos.
15.
DA PÁ VIRADA
A
origem do ditado é em relação ao instrumento, a pá. Quando a pá está virada pra
baixo, voltada pro solo, está inútil, abandonada decorrentemente pelo Homem
vagabundo, irresponsável, parasita.
16.
NHENHENHÉM
Nheë,
em tupi, quer dizer falar. Quando os portugueses chegaram ao Brasil, os
indígenas não entendiam aquela falação estranha e diziam que os portugueses
ficavam a dizer “nhen-nhen-nhen”.
17.
VAI TOMAR BANHO
Em
“Casa Grande & Senzala”, Gilberto Freyre analisa os hábitos de higiene dos
índios versus os do colonizador português. Depois das Cruzadas, como corolário
dos contatos comerciais, o europeu se contagiou de sífilis e de outras doenças
transmissíveis e desenvolveu medo ao banho e horror à nudez, o que muito
agradou à Igreja. Ora, o índio não conhecia a sífilis e se lavava da cabeça aos
pés nos banhos de rio, além de usar folhas de árvore pra limpar os bebês e
lavar no rio as redes nas quais dormiam. Ora, o cheiro exalado pelo corpo dos
portugueses, abafado em roupas que não eram trocadas com freqüência e raramente
lavadas, aliado à falta de banho, causava repugnância aos índios. Então os
índios, quando estavam fartos de receber ordens dos portugueses, mandavam que
fossem “tomar banho”.
18.
ELES QUE SÃO BRANCOS QUE SE ENTENDAM
Esta
foi das primeiras punições impostas aos racistas, ainda no século XVIII. Um
mulato, capitão de regimento, teve uma discussão com um de seus comandados e
queixou-se a seu superior, um oficial português. O capitão reivindicava a
punição do soldado que o desrespeitara. Como resposta, ouviu do português a
seguinte frase: “Vocês que são pardos, que se entendam”. O oficial ficou
indignado e recorreu à instância superior, na pessoa de dom Luís de Vasconcelos
(1742-1807), 12° vice-rei do Brasil. Ao tomar conhecimento dos fatos, dom Luís
mandou prender o oficial português que estranhou a atitude do vice-rei. Mas,
dom Luís se explicou: Nós somos brancos, cá nos entendemos.
19.
A DAR COM O PAU
O
substantivo “pau” aparece em várias expressões brasileiras. Esta expressão teve
origem nos navios negreiros. Os negros capturados preferiam morrer durante a
travessia e, pra isso, deixavam de comer. Então, criou-se o “pau de comer” que
era atravessado na boca dos escravos e os marinheiros jogavam sapa e angu pro
estômago dos infelizes, a dar com o pau.
20.
ÁGUA MOLE EM PEDRA DURA, TANTO BATE ATÉ QUE FURA
Um
de seus primeiros registros literário foi feito pelo escritor latino Ovídio (
43 a .C.-18 d.C), autor de célebres livros como “A arte de amar” e
“Metamorfoses”, que foi exilado sem que soubesse o motivo. Escreveu o poeta: “A
água mole cava a pedra dura”. É tradição das culturas dos países em que a
escrita não é muito difundida formar rimas nesse tipo de frase pra que sua
memorização seja facilitada. Foi o que fizeram com o provérbio, portugueses e
brasileiros.
Não sei se todas as informações estão corretas, mas que é bem interessante é! Boa semana!
Fonte:
http://superdicas.de/variedades/origem-frases-ditados-populares-brasil.html
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