quinta-feira, 8 de setembro de 2011


Ficha técnica: CASTRO, Francislene Santos; CABRAL, Carmen Lúcia de Oliveira. Filosofia e a Prática Educativa.

O texto acima descrito propõe uma análise do relacionamento da Filosofia e da Pedagogia e como que os educandos do curso percebem essa aproximação dos conteúdos e a relação íntima entre os assuntos abordados por ambas as ciências. As autoras, por meio de análise de textos e da pesquisa de campo, dialogam com o leitor para que estes possam estabelecer uma conexão entre as matérias e sua funcionalidade, especificidades dentre outras formas de conhecimento.
A filosofia tal qual a pedagogia, desde os pensadores da Grécia Antiga, se preocupa em sanar certas dúvidas dos conhecimentos humanos, como por exemplo, a complexidade social e política da sociedade, essa prática acabamos por denominá-la de filosofar. Neste ato de filosofar buscamos entender as várias facetas da Filosofia, estudar o seu por que e qual seu papel dentro as sociedade.
Para entender a concepção da filosofia na educação por parte dos alunos do curso de licenciatura em pedagogia as autoras Francislene Castro e Carmen Cabral decidiram por abordar esse conceito seguindo o método da pesquisa de campo, a entrevista por meio de questionários. Após essa análise os dados foram interpretados em duas classificações: qualitativo e quantitativo.
Alguns autores já discorreram sobre o tema, sendo assim as autoras fizeram um apanhado de pensadores e suas opiniões em relação ao tema referente à prática da filosofia na educação. Franco Gambi e Werner Jaeger apresentam uma ideia que a educação e filosofia não tinha uma definição explicita, pois elas estavam voltadas para as ações cotidianas ou as praticas religiosas. Com o passar o tempo a filosofia de desenvolve baseada no entendimento de que o ser humano pode ter acesso a todo o conhecimento, ou seja, ele pode aprender e ensinar tais conhecimentos. Cornelius Castoriadis completa afirmando que a filosofia é a capacidade do ser humano em questionar, refletir e discutir sobre a realidade natural e de emitir e formar uma opinião sobre tal. Como essa interpretação conclui-se que a filosofia na educação é obter um saber crítico, reflexivo e questionador, porém não fora da realidade, mas sim que este conhecimento possa ser utilizado na formação educacional. Percebemos aqui que a filosofia desde a Grécia antiga já tinha por definição a formação da pratica educativa.
A partir do Renascimento, que buscou trazer novamente algumas teorias da Antiguidade Clássica, os pensadores da época questionaram a algumas bases filosóficas do período medieval, mas não negando a forma científica, eles foram à fonte da filosofia antiga, Grécia e Roma. Durante essa busca da renovação do conhecimento a própria ciência se fragmentou, dividindo-se em várias aéreas distintas. Julia Varela discorre sobre a “pedagogização” do conhecimento, no qual ele fica segmentado em inúmeras frentes, tais como visão das crianças, função social dos espaços educativos e um modo sistemático do ensino. A ordenação do espaço físico e temporal é fundamental para o filosofar educacional.
Mas a filosofia não pode ficar somente no campo de ser lecionada, também há a preocupação da filosofia na formação dos docentes, para que estes tendo a capacitação intelectual na área da filosofia da educação e sua influência no processo de ensino-apredendizagem possam debatê-la também com seus alunos para que assim o estudante possa sair da inércia cultural e ingênua e possa questionar as ações cotidianas sem prejuízo do não saber intelectual.
Retomando o caminho inicial proposto pelo texto, são apresentados alguns resultados referentes à interpretação de alguns conceitos por parte dos educandos da Universidade Federal do Piauí, do curso de Licenciatura Plena em Pedagogia. Os resultados apresentados mostram que os educandos ainda têm, em sua maioria percentual, uma concepção limitada sobre o conceito de pedagogia, de suas áreas de atuação e de como ela pode trabalhar em conjunto com a filosofia, a sociologia, história e as demais ciências educacionais. Outro dado interessante é a incapacidade de parte dos entrevistados em não relacionar os saberes filosóficos, pedagógicos com a ampla aplicabilidade deles na área educacional. Em síntese a filosofia, pedagogia ainda tem um campo muito amplo e fronteiras não tão bem definidas.
 As propostas deste texto são de rara felicidade, os questionamentos dos porquês dentro da educação são uns dos assuntos mais debatidos dentro da academia e também em campos não-científicos, porém não menos importantes, pois estes apresentam a visão empírica do assunto proposto. Ao introduzir dentro da análise pedagógica um saber, filosófico ou ao contrário, sua percepção das deficiências no conhecimento pode ser sanada ou se não for, há uma iluminação das ideias que serão de suma importância para o processo educativo, onde seu sucesso está relacionado com a formação intelectual do cidadão pensante.
            As autoras da obra acima citada são Francislene Santos Castro, bolsista do Programa de Iniciação Científica do Curso de Licenciatura Plena em Pedagogia na Universidade Federal do Piauí. Carmen Lúcia de Oliveira Cabral, a co-autora do texto Filosofia e a Prática Educativa, é Docente do Curso de licenciatura Plena em Pedagogia da UFPI.
            Esta análise foi escrita pelo Professor Eliphas Bruno de Medeiros Rodrigues. Professor da rede particular de ensino no Distrito Federal. Graduado em Licenciatura em História e Pós-graduando em Docência do Ensino Superior.

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