quarta-feira, 31 de outubro de 2012

Guerra de Secessão: EUA


Depois de alcançar sua independência, os Estados Unidos se depararam com um intenso debate em torno de suas políticas de desenvolvimento econômico. Ao longo de sua história os modelos econômicos das antigas treze colônias eram dotados por diferenças históricas que dividiam a região entre as colônias do norte e do sul. Tal disparidade acarretou em uma intensa disputa na esfera política que acabou levando a jovem nação norte-americana a resolver suas contendas através de uma violenta guerra civil.

De forma geral, a demanda política dessas duas regiões da economia estadunidense criou um campo de tensões onde o favorecimento de uma significava a ruína da outra. Os estados do norte desenvolveram uma economia voltada para a produção industrial, o incentivo das atividades comerciais, mão-de-obra assalariada e a produção agrícola em pequenas propriedades. Em contra partida os sulistas priorizaram uma economia agroexportadora, fundamentada no latifúndio e na mão-de-obra escrava.

Os nortistas, também conhecidos como yankees, priorizavam a constituição de altas tarifas alfandegárias que impedissem a dominação do mercado interno pelas manufaturas estrangeiras e incentivasse o desenvolvimento da indústria nacional. Já os sulistas almejavam uma política alfandegária com valores baixos que permitisse o acesso dos estados do sul a uma maior quantidade de produtos industrializados. Mediante as negociações, os valores das taxam variavam entre 20 e 30 por cento.

Outra delicada questão girava em torno das políticas agrárias nos Estados Unidos. Os nortistas defendiam um modelo calcado na pequena propriedade e na diversificação produtiva vinculada ao aumento da matéria prima disponível. O sul ambicionava a limitação ao acesso, pois via na pequena propriedade uma ameaça direta ao interesses dos grandes proprietários interessados em ampliar o número de terras destinadas às monoculturas agroexportadoras.

Um último ponto de discórdia tratava da questão do escravismo nos Estados Unidos. Os nortistas eram interessados no fim dessa relação de trabalho. Muitos deles, influenciados pela ideologia iluminista, viam na libertação dos escravos a ampliação do mercado consumidor interno no momento em que os ex-escravos fossem convertidos em trabalhadores assalariados. Nessa questão, o sul se colocava inflexivelmente contra, pois toda força de trabalho dos latifúndios eram sustentadas pelo sistema escravista.

As animosidades criadas pelas diferenças políticas alcançaram seu auge quando os sulistas, reunidos em Montgomery, resolveram implementar um projeto separatista. Dessa reunião ficou acertada a criação dos Estados Confederados da América, formado por nações da região sul. Mesmo estando em menor quantidade, os separatistas esperavam o reconhecimento do novo Estado. No entanto, os yankees prepararam uma grande ofensiva contra os separatistas. Dava-se assim, início à Guerra de Secessão.

Contando com uma população maior e uma tecnologia bélica bem mais potente, os nortistas tinham melhores condições de vencer a batalha. Enquanto os conflitos se desenvolviam, o então presidente Abraham Lincoln toma providências para garantir a manutenção do território por meio de medidas que desestabilizavam a economia sulista. Em 1862, decretou o Homestead Act, que concedia o acesso das terras a oeste com base em um modelo de pequena e média propriedade. No mesmo ano, decretou a abolição da escravidão no país.

Com o apoio do governo central e a superioridade militar nortista, os confederados assinaram o termo de rendição em nove de abril de 1865. O modelo econômico do norte prevaleceu frente os interesses dos grandes proprietários do sul. Mesmo trazendo a predominância de uma economia sustentada pelo incentivo à indústria e o comércio, a sociedade estadunidense sofreria com novos problemas. A inserção do negro na sociedade e a criação de movimentos racistas foram polêmicas que se arrastaram na história desse povo até a atualidade.
Por Rainer Sousa
Graduado em História
Equipe Brasil Escola

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