Ficha técnica: CASTRO, Francislene Santos; CABRAL, Carmen
Lúcia de Oliveira. Filosofia e a Prática Educativa.
O texto acima descrito propõe uma
análise do relacionamento da Filosofia e da Pedagogia e como que os educandos
do curso percebem essa aproximação dos conteúdos e a relação íntima entre os
assuntos abordados por ambas as ciências. As autoras, por meio de análise de
textos e da pesquisa de campo, dialogam com o leitor para que estes possam
estabelecer uma conexão entre as matérias e sua funcionalidade, especificidades
dentre outras formas de conhecimento.
A filosofia tal qual a pedagogia,
desde os pensadores da Grécia Antiga, se preocupa em sanar certas dúvidas dos
conhecimentos humanos, como por exemplo, a complexidade social e política da
sociedade, essa prática acabamos por denominá-la de filosofar. Neste ato de
filosofar buscamos entender as várias facetas da Filosofia, estudar o seu por
que e qual seu papel dentro as sociedade.
Para entender a concepção da
filosofia na educação por parte dos alunos do curso de licenciatura em
pedagogia as autoras Francislene Castro e Carmen Cabral decidiram por abordar
esse conceito seguindo o método da pesquisa de campo, a entrevista por meio de
questionários. Após essa análise os dados foram interpretados em duas
classificações: qualitativo e quantitativo.
Alguns autores já discorreram sobre o
tema, sendo assim as autoras fizeram um apanhado de pensadores e suas opiniões
em relação ao tema referente à prática da filosofia na educação. Franco Gambi e
Werner Jaeger apresentam uma ideia que a educação e filosofia não tinha uma
definição explicita, pois elas estavam voltadas para as ações cotidianas ou as
praticas religiosas. Com o passar o tempo a filosofia de desenvolve baseada no
entendimento de que o ser humano pode ter acesso a todo o conhecimento, ou
seja, ele pode aprender e ensinar tais conhecimentos. Cornelius Castoriadis
completa afirmando que a filosofia é a capacidade do ser humano em questionar,
refletir e discutir sobre a realidade natural e de emitir e formar uma opinião
sobre tal. Como essa interpretação conclui-se que a filosofia na educação é
obter um saber crítico, reflexivo e questionador, porém não fora da realidade,
mas sim que este conhecimento possa ser utilizado na formação educacional.
Percebemos aqui que a filosofia desde a Grécia antiga já tinha por definição a
formação da pratica educativa.
A partir do Renascimento, que buscou
trazer novamente algumas teorias da Antiguidade Clássica, os pensadores da
época questionaram a algumas bases filosóficas do período medieval, mas não
negando a forma científica, eles foram à fonte da filosofia antiga, Grécia e
Roma. Durante essa busca da renovação do conhecimento a própria ciência se
fragmentou, dividindo-se em várias aéreas distintas. Julia Varela discorre
sobre a “pedagogização” do conhecimento, no qual ele fica segmentado em
inúmeras frentes, tais como visão das crianças, função social dos espaços
educativos e um modo sistemático do ensino. A ordenação do espaço físico e
temporal é fundamental para o filosofar educacional.
Mas a filosofia não pode ficar
somente no campo de ser lecionada, também há a preocupação da filosofia na
formação dos docentes, para que estes tendo a capacitação intelectual na área
da filosofia da educação e sua influência no processo de ensino-apredendizagem
possam debatê-la também com seus alunos para que assim o estudante possa sair
da inércia cultural e ingênua e possa questionar as ações cotidianas sem
prejuízo do não saber intelectual.
Retomando o caminho inicial proposto
pelo texto, são apresentados alguns resultados referentes à interpretação de
alguns conceitos por parte dos educandos da Universidade Federal do Piauí, do
curso de Licenciatura Plena em Pedagogia. Os resultados apresentados mostram
que os educandos ainda têm, em sua maioria percentual, uma concepção limitada
sobre o conceito de pedagogia, de suas áreas de atuação e de como ela pode
trabalhar em conjunto com a filosofia, a sociologia, história e as demais
ciências educacionais. Outro dado interessante é a incapacidade de parte dos
entrevistados em não relacionar os saberes filosóficos, pedagógicos com a ampla
aplicabilidade deles na área educacional. Em síntese a filosofia, pedagogia
ainda tem um campo muito amplo e fronteiras não tão bem definidas.
As propostas deste texto são de rara
felicidade, os questionamentos dos porquês dentro da educação são uns dos
assuntos mais debatidos dentro da academia e também em campos não-científicos,
porém não menos importantes, pois estes apresentam a visão empírica do assunto
proposto. Ao introduzir dentro da análise pedagógica um saber, filosófico ou ao
contrário, sua percepção das deficiências no conhecimento pode ser sanada ou se
não for, há uma iluminação das ideias que serão de suma importância para o
processo educativo, onde seu sucesso está relacionado com a formação
intelectual do cidadão pensante.
As autoras
da obra acima citada são Francislene Santos Castro, bolsista do Programa de
Iniciação Científica do Curso de Licenciatura Plena em Pedagogia na
Universidade Federal do Piauí. Carmen Lúcia de Oliveira Cabral, a co-autora do
texto Filosofia e a Prática Educativa, é Docente do Curso de licenciatura Plena
em Pedagogia da UFPI.
Esta análise
foi escrita pelo Professor Eliphas Bruno de Medeiros Rodrigues. Professor da
rede particular de ensino no Distrito Federal. Graduado em Licenciatura em
História e Pós-graduando em Docência do Ensino Superior.
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