domingo, 24 de outubro de 2010

Independência do Brasil: parte V

Márcia Regina Berbel analisa ao processo da independência pela via política. A vinda de D. João VI e a Corte portuguesa disseminaram um processo político irreversível para a Coroa portuguesa e para o Brasil colônia. Após a derrota napoleônica, os portugueses acreditavam que D. João VI retornaria a Metrópole. Porém, não foi isso o que aconteceu. De 1808 a 1820 D. João VI ficou instalado, junto aos órgãos administrativos necessários ao funcionamento do governo, no Rio de Janeiro e só retornou a Portugal após a Revolução Liberal do Porto em 1821. É a partir da Revolução do Porto que o processo político da independência se inicia.
Nas cortes portuguesas de 1821 e 1822, a diversidade dos projetos para a unidade do império dividiu os deputados do Brasil e também os de Portugal. Conflitos e tentativas de acordos ocorreram entre representantes de províncias do mesmo reino e de reinos diferentes. Todos pretendiam a unificação de leis, mercados e padrões político-administrativos, ou seja, buscavam integrar pela via da unidade nacional aquele complexo que o sistema colonial havia soldado anteriormente e construir um Estado nacional na dimensão do Império. Tratava-se de uma tarefa de uma tarefa difícil e, até aquele momento, inédita.

Ao abordar as decisões políticas a autora demonstra em sua teoria que a Independência se deu de fato por acordos políticos e os anseios da elite brasileira, sem interferência da sociedade desfavorecida. Não se debateu na constituinte portuguesa nem pelos deputados portugueses nem os brasileiros, o assunto do fim da escravidão e outros aspectos que beneficiariam a população brasileira. A análise citada defende a articulação política da independência, assim a exaustão de interesses políticos entre portugueses e brasileiros caracterizou a separação da Metrópole e sua antiga colônia.

BERBEL, Márcia Regina. Os apelos nacionais nas cortes constituintes de Lisboa (1821/22). In: A Independência do Brasil... Op. Cit., p.183

Por Eliphas Bruno

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