terça-feira, 26 de outubro de 2010

Independência do Brasil: parte VI

Iara Lis Schiavinatto apresenta as relações de poder nos centros e localidades do território brasileiro e sua relação com a Coroa portuguesa, além de estabelecer também as divergências entre estes centros e localidades com o recente império brasileiro.
Aos poucos nessa cultura política, estabelecia-se uma coerência necessária entre a conduta do homem de bem, preferencialmente aquele que governa a política, e a sociedade. Aquele não se deixa seduzir apenas pelo fato de estar no exercício do poder, antes, vai se configurando uma moralidade do individuo que afeta o campo político.

Schiavinatto faz uma crítica ao homem político no contexto da independência, isso difere sua análise de um simples apanhado da situação, pois os atores são importantes do processo político. As divergências políticas entre as localidades, como cita a autora, e os centros são protagonizados pelas virtudes e desejos dos homens do momento histórico. A independência brasileira segundo Shiavinatto, em síntese, está relacionada as características que formulariam um novo contrato social, diferente do Antigo Regime, no qual a população sentiu-se, ora parte portuguesa, ora, parte brasileira. A partir da vinda da família real para o Brasil começa-se a se criar uma identidade brasileira. Schiavinatto defende sua teoria analisando liberalismo, como influência a estas atitudes em prol da emancipação brasileira. A política de recolonização do Brasil por parte de Portugal serviu de base a este avanço liberal. Em síntese, Schiavinatto propõem a independência com fruto do cenário político, contudo, não só os ministros e senadores como protagonistas, mas com a participação de indivíduos politizados e atuantes no cenário emancipacionista.

SCHIAVINATTO, Iara Lis. Questões de poder na fundação do Brasil: o governo dos homens e de si (c. 1780-1830). In: A Independência do Brasil... Op. Cit., p. 217.

Por Eliphas Bruno

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