terça-feira, 1 de novembro de 2011

Sugestão de atividade: A escravidão no Brasil: 7º ano


Leia o texto II para responder os itens 11 a 20:
Por volta do ano de 1780 nascia uma escrava que mudaria o os estudos sobre a condição do escravo no Brasil colônia. Perto de completar 10 anos, Liberta foi comprada pelo senhor José Viera Rebello, morador do termo de Desterro, atual Florianópolis. Desde pequena Liberta era assediada pelo seu senhor, como ele havia prometido libertá-la, acabou tendo dois filhos com José V. Rebello.  Seu primeiro filho com seu senhor foi registrado e assumido pelo pai, porém o segundo não teve a mesma sorte. Ele não foi declarado com sendo de José Rebello, pois Liberta tinha medo de Ana, filha de José Rebello. A sinhazinha, como era chamada, havia matado seus filhos recém-nascidos com a ajuda de seu pai, fato este que Liberta era testemunha ocular. A escrava queria mudar de vida, pois não agüentava mais os abusos de seu senhor e o medo de seu testemunho. Liberta conseguiu um noivo que além de assumir a paternidade de seus filhos ainda pagaria sua liberdade e o casal tinha o apoio do pároco local. Entretanto José V. Rebello não aceitou a oferta pela sua escrava. Em 1813, Liberta entrou na justiça contra seu senhor para ganhar sua liberdade com a justificativa de que seu senhor havia lhe prometido liberdade e não cumprira. Mas como as leis no Brasil sempre tiveram uma brecha, José V. Rebello doou sua escrava para enteado seu, Floriano José Marques, acreditando que se a escrava não fosse mais dele ele não precisaria cumprir a promessa. O processo durou até o ano de 1814, quando Liberta desiste da ação na justiça e acaba recebendo sua liberdade. Acredita-se que Floriano e José fizeram um acordo, pois José tinha medo que os crimes que ele e sua filha cometeram pudessem aparecer no tribunal. Após receber a liberdade, Liberta teve ainda mais dois filhos, José e Joaquina, nascidos livres. Porém as condições de vida no Brasil eram precárias, então Liberta deixou José e Joaquina com um Major Antonio Luís de Andrade para que os criasse e ensinasse a seu menino o ofício de alfaiate. Mas a história estava longe de um final feliz. O major faleceu e sua esposa tentou vender as crianças como escravas, mas José e Joaquina fizeram como sua mãe, entraram na justiça e conseguiram novamente sua liberdade, pois haviam nascidos livres. Assim percebemos que no Brasil a condição do escravo poderia ser mudada, com muito trabalho e persistência, como mostra as mais de 400 ações entre 1808 e 1888, sendo que mais da metade delas foram ganhas pelos escravos.[1]
11 - Segundo o texto todo e qualquer filho entre o senhor de escravo e seu escravos deveria se tornar livre imediatamente.
12 - Um escravo deveria aturar sem discutir qualquer tipo de abuso, e não caberia qualquer ação na justiça para solucionar o problema.
13 - Se, uma escrava liberta tivesse filhos, esses filhos deveriam obrigatoriamente transformados em escravos.
14 - Um escravo jamais poderia se tornar livre por vontade de seu senhor.
15 - No Brasil, apesar do número de casos na justiça por escravos contra seus senhores, esse número ainda é muito baixo pela quantidade de escravos que existiam no período colonial.
16 - Todos os escravos que conseguiam sua liberdade conseguiam morar em lugares nobres e tinham boas condições financeiras.
17 - Dos quatro filhos de Liberta, apenas 2 eram se seu senhor José Viera Rebello.
18 - Antes de entrar na justiça para tentar sua liberdade a escrava Liberta conheceu um homem que estava disposto a comprar sua liberdade e casar-se com ela.
19 - Todos os casos de escravos que entraram na justiça em busca de liberdade conseguiram-na.
20 - Liberta, não conseguiu sua liberdade por meio da justiça, o seu senhor desistiu da ação, pois tinha medo que seus segredos fossem parar no tribunal.
Leia o texto III para responder os itens 21 a 25:
O Brasil colonial era imenso, suas terras eram grandiosas, sua fauna, flora, riquezas naturais. Porém nunca podemos deixar de pensar em suas histórias culturais, por mais absurdas que pareçam para nós hoje, para o período em questão, 1780, talvez tenha sido a única saída encontrada. Em Belém, uma cafuza, filhas de uma índia com um negro escravizado, havia nascida livre. Porém a sorte não estava ao seu lado. Seus pais faleceram assim como seu senhor. Não tendo como sustentar sua própria liberdade, ela decide se tornar escrava, pois pensava que nessa condição teria um trabalho, lugar para morar e alimentação. O Ouvidor-mor traduz esse fato em “caso absurdo!”, tanto para a cafuza livre Joanna Baptista como para seu novo senhor. A quantia acordada entre eles foi de 80 mil-réis, e o Ouvidor, decide que o que vale nesses casos é o interesse dos interessados. Várias testemunhas são chamadas para que, a agora escrava Joanna, não tentasse sua liberdade por meio da justiça. Este exemplo mostra que a condição de vida de um pobre na Colônia era muito pior que a de um escravo, aja vista que uma mulher livre preferiu se vender a condição de escrava, a continuar com as necessidades subumanas.[2]
21 - As condições de vida de um branco pobre poderia ser semelhante à de um escravo, exceto pela condição de liberdade.
22 - Os africanos trazidos para o Brasil na condição de escravo tinham como resistência a negação a ter filhos, os quilombos e banzo.
23 - Nunca se teve notícia de uma pessoa livre tentar se tornar escrava.
24 - Ao se tornar escrava a cafuza livre Joanna Baptista precisou de várias testemunhas para consolidar o acontecimento.
25 - No texto acima a escrava Joanna Baptista preferiu a escravidão a sua liberdade.


[1] GRINBERG, Keila. Contra enganadores. In: Revista de História. Ano 3, nº32. Maio de 2008. P.26-27
[2] CUNHA, Manuela Carneiro da. In: Revista de História. Ano 3, nº32. Maio de 2008. P.22-23

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