terça-feira, 20 de dezembro de 2011

O sistema de cotas: a favor ou contra?


A origem histórica das cotas em Universidades

Quando o Brasil libertou os escravos oficialmente em 1888 com a Lei Áurea, não se estabeleceu uma política pública para habilitar os agora ex-escravos para o mercado de trabalho e não tinham também uma assistência social para moradias dentre outros serviços básicos oferecidos para a população. A marginalização dessa população negra ex-escrava deu origem a uma característica brasileira que reflete até hoje na sociedade: a constituição dos cortiços, das favelas eram em sua grande maioria composta pelos escravos alforriados. Durante grande parte da história do Brasil a educação era dirigida as elites agrárias e eram de origem étnica branca, sendo renegada a população branca pobre e os negros. A partir da Constituição de 1988 passou a se preocupar com inserção da população marginalizada nos vários níveis de ensino, sobretudo no nível superior. Ao analisarmos a quantidade de alunos negros e brancos dentro das universidades percebe-se que os alunos negros são a minoria sendo que no Brasil é maioria da população é composta por negros e descendentes. As cotas para a etnia negra veio com a intenção de sanar uma dívida histórica com a população alforriada e consequentemente seus descendentes. Porém as cotas não levam em consideração outra deficiência de políticas públicas no Brasil que são os brancos pobres que também ficaram a margem da sociedade e juntamente com os negros formaram os cortiços e favelas do país. Para estabelecer se as cotas são corretas ou não é necessário identificar suas raízes históricas, porém hoje não somente os negros que sofreram com a marginalização, existem também outras pessoas que participaram desse processo de discriminação social. As cotas servem como um paliativo para minimizar a exclusão da população negra do processo de ensino superior, mas essa medida em longo prazo não atende a todas as necessidades da população pobre brasileira. Precisamos estender esse benefício aos alunos advindos das escolas públicas e com comprovação de baixa rende deveriam fazer parte dessa política pública.

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