A
origem histórica das cotas em Universidades
Quando
o Brasil libertou os escravos oficialmente em 1888 com a Lei Áurea, não se
estabeleceu uma política pública para habilitar os agora ex-escravos para o
mercado de trabalho e não tinham também uma assistência social para moradias
dentre outros serviços básicos oferecidos para a população. A marginalização
dessa população negra ex-escrava deu origem a uma característica brasileira que
reflete até hoje na sociedade: a constituição dos cortiços, das favelas eram em
sua grande maioria composta pelos escravos alforriados. Durante grande parte da
história do Brasil a educação era dirigida as elites agrárias e eram de origem
étnica branca, sendo renegada a população branca pobre e os negros. A partir da
Constituição de 1988 passou a se preocupar com inserção da população
marginalizada nos vários níveis de ensino, sobretudo no nível superior. Ao
analisarmos a quantidade de alunos negros e brancos dentro das universidades
percebe-se que os alunos negros são a minoria sendo que no Brasil é maioria da
população é composta por negros e descendentes. As cotas para a etnia negra
veio com a intenção de sanar uma dívida histórica com a população alforriada e
consequentemente seus descendentes. Porém as cotas não levam em consideração
outra deficiência de políticas públicas no Brasil que são os brancos pobres que
também ficaram a margem da sociedade e juntamente com os negros formaram os
cortiços e favelas do país. Para estabelecer se as cotas são corretas ou não é
necessário identificar suas raízes históricas, porém hoje não somente os negros
que sofreram com a marginalização, existem também outras pessoas que
participaram desse processo de discriminação social. As cotas servem como um
paliativo para minimizar a exclusão da população negra do processo de ensino
superior, mas essa medida em longo prazo não atende a todas as necessidades da
população pobre brasileira. Precisamos estender esse benefício aos alunos
advindos das escolas públicas e com comprovação de baixa rende deveriam fazer
parte dessa política pública.
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