“Os
africanos foram trazidos do chamado continente negro para o Brasil em um fluxo
de intensidade variável. Os cálculos sobre o número de pessoas transportadas
como escravos variam muito. Estima-se que, entre 1550 e 1855, entraram pelos
portos brasileiros 4 milhões de escravos, na sua grande maioria jovens do sexo
masculino”. (FAUSTO,
Boris. História do Brasil. São Paulo: Ed. da Universidade de São Paulo,1995. p.
51.)
a)
eram chamados quilombos os espaços determinados
para alojar os escravos destinados ao comércio e foram fundamentais na
estrutura produtiva dos engenhos de açúcar.
b)
o dia da consciência negra celebra a assinatura
da Lei Áurea no século XIX, que proclamou a liberdade dos escravos.
c)
aos escravos só restava a rebeldia como forma de
reação, a qual se manifestava através do assassinato de feitores, das fugas e
até do suicídio. Não havia qualquer forma de negociação com vistas a melhores
condições de vida por parte dos negros.
d)
o Quilombo dos Palmares, organizado no interior
do atual Estado de Alagoas, é considerado o mais importante do período colonial
e foi liderado por Zumbi.
e)
no continente africano os vários povos estavam
divididos em etnias organizadas em tribos, clãs e reinos. Apesar desta divisão,
a unidade desses povos foi uma forma de resistirem à escravidão e não serem
transformados em mercadoria.
f)
a Constituição de 1988 afirma que “cabe aos
remanescentes das comunidades de quilombos que estejam ocupando suas terras o
reconhecimento da propriedade definitiva, devendo o Estado emitir-lhes os
títulos definitivos”. Este artigo da Constituição solucionou a “questão
quilombola” no Brasil.
g)
através das obras do pintor e desenhista alemão
Johan Moritz Rugendas, é possível conhecer aspectos do cotidiano da escravidão.
Ele aqui esteve no século XIX e deixou preciosa fonte iconográfica sobre a vida
no Brasil.
(PUC-RIO
2009)
Sobre
as características da sociedade escravista colonial da América portuguesa estão
corretas as afirmações abaixo, À EXCEÇÃO de uma. Indique-a.
a) O início do processo de colonização na América portuguesa foi
marcado pela utilização dos índios – denominados “negros da terra” – como
mão-de-obra.
b) Na América portuguesa, ocorreu o predomínio da utilização da
mão-de-obra escrava africana seja em áreas ligadas à agro-exportação, como o
nordeste açucareiro a partir do final do século XVI, seja na região mineradora
a partir do século XVIII.
c) A partir do século XVI, com a introdução da mão-de-obra
escrava africana, a escravidão indígena acabou por completo em todas as regiões
da América portuguesa.
d) Em algumas regiões da América portuguesa, os senhores
permitiram que alguns de seus escravos pudessem realizar uma lavoura de
subsistência dentro dos latifúndios agroexportadores, o que os historiadores
denominam de “brecha camponesa”.
e) Nas cidades coloniais da América portuguesa, escravos e
escravas trabalharam vendendo mercadorias como doces, legumes e frutas, sendo
conhecidos como “escravos de ganho”.
(FUVEST
2009)
“Trabalho
escravo ou escravidão por dívida é uma forma de escravidão que consiste na
privação da liberdade de uma pessoa (ou grupo), que fica obrigada a trabalhar
para pagar uma dívida que o empregador alega ter sido contraída no momento da
contratação. Essa forma de escravidão já existia no Brasil, quando era
preponderante a escravidão de negros africanos que os transformava legalmente
em propriedade dos seus senhores. As leis abolicionistas não se referiram à
escravidão por dívida. Na atualidade, pelo artigo 149 do Código Penal
Brasileiro, o conceito de redução de pessoas à condição de escravos foi ampliado
de modo a incluir também os casos de situação degradante e de jornadas de
trabalho excessivas.” (Adaptado
de Neide Estergi. A luta contra o trabalho escravo, 2007.) Com base no texto,
considere as afirmações abaixo:
I.
O escravo africano era propriedade de seus senhores no período anterior à
Abolição.
II.
O trabalho escravo foi extinto, em todas as suas formas, com a Lei Áurea.
III.
A escravidão de negros africanos não é a única modalidade de trabalho escravo
na história do Brasil.
IV.
A privação da liberdade de uma pessoa, sob a alegação de dívida contraída no
momento do contrato de trabalho, não é uma modalidade de escravidão.
V.
As jornadas excessivas e a situação degradante de trabalho são consideradas
formas de escravidão pela legislação brasileira atual.
(UDESC
2009)
“Em
17 de março de 1872 pelo menos duas dezenas de escravos liderados pelo escravo
chamado Bonifácio avançaram sobre José Moreira Veludo, proprietário da Casa de
Comissões (lojas de venda e compra de escravos) em que se encontravam, e lhe
meteram a lenha . Em depoimento à polícia, o escravo Gonçalo assim justificou o
ataque: Tendo ido anteontem para a casa de Veludo para ser vendido foi
convidado por Filomeno e outros para se associar com eles para matarem Veludo
para não irem para a fazenda de café para onde tinham sido vendidos.” (Apud: CHALHOUB,
Sidney, 1990, p. 30 31)
Com
base no caso citado acima e considerando o fato e a historiografia recente
sobre os escravos e a escravidão no Brasil, é possível entender os escravos e a
forma como se relacionavam com a escravidão da seguinte forma:
I
– O escravo era uma coisa, ou seja, estava sujeito ao poder e ao domínio de seu
proprietário. Privado de todo e qualquer direito, incapaz de agir com
autonomia, o escravo era politicamente inexpressivo, expressando passivamente
os significados sociais impostos pelo seu senhor.
II
– Nem passivos e nem rebeldes valorosos e indomáveis, estudos recentes informam
que os escravos eram capazes de se organizar e se contrapor por meio de brigas
ou desordens àquilo que não consideravam justo , mesmo dentro do sistema
escravista.
III
– Incidentes, como no texto acima, denotam rebeldia e violência por parte dos
escravos. O ataque ao Senhor Veludo, além de relevar o banditismo e a
delinqüência dos escravos, só permite uma única interpretação: barbárie social.
IV
– O tráfico interno no Brasil deslocava milhares de escravos de um lugar para
outro. Na iminência de serem subitamente arrancados de seus locais de origem,
da companhia de seus familiares e do trabalho com o qual estavam acostumados,
muitos reagiram agredindo seus novos senhores, atacando os donos de Casas de
Comissões, etc.
V
– Pesquisas recentes sobre os escravos no Brasil trazem uma série de exemplos,
como o texto citado acima, que se contrapõem e desconstroem mitos célebres da
historiografia tradicional: que os escravos eram apenas peças econômicas, sem
vontades que orientassem suas próprias ações.
(FUVEST
2009)
O Brasil
ainda não conseguiu extinguir o trabalho em condições de escravidão, pois ainda
existem muitos trabalhadores nessa situação. Com relação a tal modalidade de
exploração do ser humano, analise as afirmações abaixo.
I. As
relações entre os trabalhadores e seus empregadores marcam-se pela
informalidade e pelas crescentes dívidas feitas pelos trabalhadores nos armazéns
dos empregadores, aumentando a dependência financeira para com eles.
II.
Geralmente, os trabalhadores são atraídos de regiões distantes do local de
trabalho, com a promessa de bons salários, mas as situações de trabalho
envolvem condições insalubres e extenuantes.
III. A
persistência do trabalho escravo ou semi-escravo no Brasil, não obstante a
legislação que o proíbe, explicase pela intensa competitividade do mercado
globalizado.
(ADVISE
2009)
A
escravidão negra no Brasil teve várias facetas. Dentre as assertivas a seguir,
qual não pode ser considerada uma marca do escravismo brasileiro?
A)
A vida nos engenhos era dura e penosa. Por isso,
a expectativa de vida dos escravos era muito pequena.
B)
Todos os escravos se reconheciam como iguais e
lutaram juntos pelo fim da infame escravidão.
C) O processo de derrocada da escravidão foi lento e gradual,
durando, legalmente falando, quase quarenta anos (1850-1888).
D) Era relativamente comum ao “preto forro”, caso tivesse algum
pecúlio, adquirir um escravo.
E)
Os escravos que conseguiam, ao longo de muito
anos de trabalho duro, juntar algum cabedal compravam a sua liberdade.
(UFPB
2008)
O texto,
a seguir, retrata uma das mais tristes páginas da história do Brasil: a
escravidão.
“O bojo
dos navios da danação e da morte era o ventre da besta mercantilista: uma
máquina de moer carne humana, funcionando incessantemente para alimentar as
plantações e os engenhos, as minas e as mesas, a casa e a cama dos senhores –
e, mais do que tudo, os cofres dos traficantes de homens.” (Fonte:
BUENO, Eduardo. Brasil: uma história: a incrível saga de um país. São Paulo:
Ática, 2003. p. 112).
A)
A mão-de-obra escrava no Brasil, diferente de
outros lugares, não era permitida em atividades econômicas complementares. Por
isso, destinaram-se escravos exclusivamente às plantações de cana-de-açúcar, às
minas e à produção do café.
B)
A compra e posse de escravos, durante todo o
período em que perdurou a escravidão, só foi permitida para quem pudesse manter
um número de, pelo menos, 30 cativos. Essa proibição justificava-se, devido aos
altos custos para se ter escravos.
C) Muitos cativos, no início da escravidão, conseguiam a
liberdade, após adquirirem a carta de alforria. Isso explica o grande número de
ex-escravos que, na Paraíba, conseguiram tornar-se grandes proprietários de
terras.
D) Os escravos, amontoados e em condições desumanas, eram
transportados da África para o Brasil, nos porões dos navios negreiros, como
forma de diminuição de custos. Com isso, muitos cativos morriam antes de
chegarem ao destino.
(UFSC
2011)
“A
Anti-Slavery Internacional, organização não-governamental que atua no combate à
escravidão no mundo contemporâneo, considerava que cerca de 25 milhões de
pessoas eram vítimas do trabalho escravo em 2003. Dentre essas pessoas haveria
trabalho infantil, exploração sexual e trabalhadores escravizados por dívida.
Nesse mesmo ano, conforme a Comissão Pastoral da Terra (CPT), aproximadamente
25 mil pessoas estariam vivendo nessas condições no Brasil.” (CATELLI
JUNIOR, Roberto. História – Texto e Contexto. São Paulo: Editora Scipione,
2007. p. 268.)
a)
dada à tradição de liberdade, a população
indígena no Brasil nunca pode ser submetida à escravidão, optando-se, então,
pela compra de negros da África.
b)
no Brasil do século XXI ainda existem pessoas que
vivem em condições de escravidão, tanto em grandes fazendas quanto no meio
urbano.
c)
em função das políticas de inclusão adotadas no
Brasil nos últimos anos, as diferenças salariais desapareceram quando comparados
os salários entre brancos e negros.
d)
hoje, a escravidão existente se relaciona
diretamente a preconceitos étnicos e de cor, não tendo nenhuma relação com as
condições sociais e a distribuição de renda.
e)
conflitos entre as várias tribos no continente
africano fizeram com que negros escravizassem outros negros, vendendo-os como
mercadorias.
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